Onimusha 2 retorna em plataformas modernas 3e5t1m

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Título chega com legendas em português, ajustes na jogabilidade e melhorias gráficas

Onimusha 2 retorna em plataformas modernas

Foto: Divulgação/Capcom

Embora a publicadora e desenvolvedora de jogos japonesa, Capcom, mantenha o seu foco em franquias como “Resident Evil”, “Street Fighter” e “Monster Hunter”, existem diversos outros títulos consagrados da empresa, que marcaram uma determinada época e que contam com uma base considerável de fãs. Um desses casos é a saga “Onimusha” (2001), ao qual dispõe de quatro games principais e alguns spin-offs, mas que não teve uma vida longa após a geração do PS2.

Em 2019, a Capcom fez uma tentativa de reviver a franquia com o lançamento do remaster do primeiro jogo “Onimusha: Warlords”, mas devido a recepção morna por parte dos jogadores, o plano de prosseguir com novos projetos da saga foram temporariamente suspensos.

Para surpresa de alguns, uma série animada foi lançada na Netflix, produzida em parceria com a própria Capcom e intitulada apenas de “Onimusha”. Depois disso, na The Game Awards (TGA) de 2024, um novo capítulo da franquia foi anunciado e está previsto para 2026. Para aquecer os motores, “Onimusha 2: Samurai’s Destiny”, lançado originalmente em 2002, ganhou um remaster (assim como o primeiro jogo) e está disponível para todas as plataformas atuais. O LeiaJá teve a oportunidade de testar o título em sua versão de Xbox Series X/S.

História 3a6i6k

Em “Onimusha 2: Samurai’s Destiny” o jogador assume o controle do espadachim Jubei Yagyu, que parte em uma jornada de vingança contra Oda Nobunaga e seu exército de demônios. Para garantir o sucesso de sua missão, Jubei recebe uma marca misteriosa na palma de sua mão que lhe permite absorver as almas dos demônios e fortalecer suas armas. Além disso, o guerreiro deve buscar por cinco esferas que ajudam a proteger os humanos das forças malignas.

O primeiro acerto dessa remasterização é que ela vem com textos localizados em português, o que garantirá que todos os jogadores possam compreender o enredo, sem que seja necessário dominar um segundo idioma. Vale destacar que o remaster do primeiro game não veio com legendas em português, mas recebeu recentemente uma atualização gratuita, que traduz os textos para o idioma brasileiro. Tudo isso demonstra um respeito por parte da Capcom, aos fãs de “Onimusha” do Brasil.

Entretanto, aqueles que esperam um grau de complexidade na narrativa, possuem altas chances de se decepcionar, já que o enredo segue uma estrutura simples, com diálogos rasos e reviravoltas previsíveis. É funcional para a sua proposta, mas está longe de ser um primor, principalmente se comparado aos padrões atuais de 2025.

Gameplay 5u3s2o

Em sua época, “Onimusha” era conhecido como o “Resident Evil” de samurais, já que ambos possuíam controles e estrutura de progressão bastante semelhantes. Por se tratarem de propriedades intelectuais da mesma empresa, o comparativo se tornava ainda mais evidente.

A versão original dos dois primeiros games usava controles de tanque para gerenciar os personagens e sequer ofereciam e às alavancas analógicas. Essa era uma estrutura bastante comum em jogos da época, consistindo em usar os direcionais da esquerda ou direito para girar o personagem em seu eixo, apertar o botão de cima para progredir ou o de baixo para andar de costas.

Na hora de atacar, era preciso pressionar o botão R1 para que Jubei assumisse uma postura ofensiva e na sequência, apertar o quadrado para executar o golpe. Tudo isso está ível no remaster, mas também foram adicionados controles modernos que permitem movimentar o personagem de maneira mais livre, além de  atacar de forma mais direta.

Desta forma, o gameplay fica mais ível para o público moderno. Contudo, é preciso ter em mente que ainda se trata de um jogo de 2002 e que parte da fluidez vista em jogos modernos não estará presente aqui. Para contra-atacar o inimigo de maneira perfeita, é preciso desferir um golpe no milésimo de segundo exato que o inimigo estiver atacando e essa é uma mecânica que recebeu inúmeros aprimoramentos em jogos atuais.

O game também se utiliza de câmeras fixas, que permite ao jogador enxergar cada cenário em apenas um ângulo pré-determinado e isso pode comprometer a visualização de inimigos durante o combate, principalmente em batalhas contra chefes. Quem já está adaptado a esse formato de games não sentirá muitos problemas, por outro lado, aqueles que forem embarcar no game pela primeira vez poderá sentir algumas estranhezas.

Sistema de amizade e dificuldade 17575u

Um dos maiores destaques de “Onimusha 2: Samurai’s Destiny” fica por conta das interações entre Jubei e seus parceiros, que podem até mesmo influenciar em acontecimentos da história (algo que não era comum de se ver em jogos da época). Existem quatro aliados importantes para a narrativa que são: Oyu, Kotarō Fūma, Magoichi Saiga e Ekei Ankokuji, cada um com personalidades e estilo de combate diferenciados.

Ao longo da jornada, o jogador poderá presentear esses personagens com objetos específicos, que os deixarão pouco ou muito satisfeitos. Caso a afinidade com um aliado esteja alta, ele aparecerá em alguns pontos da história para auxiliar Jubei e também poderá ser controlado em determinados trechos.

Existem várias possibilidades de rumos que a história pode tomar e de quais aliados vão ou não terem participação ativa na história. É impossível fazer 100% dos caminhos em uma primeira jogada e será preciso terminar o game algumas vezes para poder aproveitar todo o seu conteúdo. Por conta disso, pode-se dizer que o segundo título da franquia é o que possui o melhor fator replay.

Outro ponto que pode incentivar os jogadores a revisitar o título, é a adição no nível de dificuldade “Infernal”, que faz com que Jubei seja derrotado com um ou dois golpes. Já os mais casuais, podem aproveitar o modo “Fácil”, que garantirá uma jornada mais tranquila e menos tortuosa.  

Visuais aprimorados z6n1z

No que diz respeito a uma remasterização, o trabalho feito em “Onimusha 2: Samurai’s Destiny” se mostra competente. Os cenários pré-renderizados receberam aprimoramentos visuais que realçam detalhes como grama, chuva e texturas.

O visual dos personagens também foi melhorado, porém, fica evidente a discrepância entre os modelos principais e os dos demais NPCs, pois os primeiros contam com um nível maior de detalhes.

É importante ressaltar que o que foi prometido pela Capcom foi uma remasterização, portanto, não seria justo esperar melhorias que vão além do que é mostrado aqui. Essa nova versão de “Onimusha 2: Samurai’s Destiny” é um lançamento honesto dentro de sua proposta e dispõe do necessário para ficar apresentável em televisores modernos.

Vale a pena? 5d1ba

O remaster do segundo jogo é mais uma tentativa de trazer “Onimusha” de volta aos holofotes, mas assim como ocorreu com o relançamento do primeiro título em 2019, é possível questionar a efetividade de trazer tais título de maneira individual, enquanto que um pacote com todos os quatro games ou pelo a trilogia inicial agregaria mais valor para a saga.

Resta aguardar que a remasterização do terceiro e quarto episódio da saga, não demore mais seis anos para acontecer. Enquanto isso, a disponibilidade dos remasters de “Onimusha: Warlords” e agora do “Onimusha 2: Samurai’s Destiny”, é um aquecimento dos motores para o lançamento de “Onimusha: Way of the Sword” em 2026.

A remasterização está disponível para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S e Nintendo Switch por R$146,50; e PC por R$129.

*Colaboração de Alfredo Carvalho para o LeiaJá