Quem é Gilson Machado, ex-ministro de Bolsonaro preso pela PF 62351l

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O ex-ministro é suspeito de tentar emitir um aporte português para o tenente-coronel Mauro Cid

Quem é Gilson Machado, ex-ministro de Bolsonaro preso pela PF

Foto: Júlio Gomes/LeiaJá/Arquivo

O ex-ministro do Turismo Gilson Machado (PL), titular da pasta durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), foi preso pela Polícia Federal (PF), na manhã desta sexta-feira (13), no Recife. Segundo as diligências, Machado é suspeito de tentar emitir um aporte português para o tenente-coronel Mauro Cid.

A defesa do militar nega participação no esquema. O Estadão tenta contato com os representantes do ex-ministro.

Gilson Machado Neto, de 57 anos, é formado em Medicina Veterinária, mas atua como empresário dos ramos de eventos, turismo e radiodifusão. É sobrinho de Gilson Machado Filho, deputado que atuou na Constituinte e esteve no Congresso até meados da década de 1990.

É um aliado próximo de Bolsonaro, tendo se aproximado do ex-presidente ainda em 2018. Foi secretário do Ministério do Meio Ambiente durante a gestão do ex-presidente e, em maio de 2019, foi indicando para a presidência da Embratur, estando à frente da estatal por mais de um ano.

Sanfona 6n4b4h

Machado ganhou destaque por aparecer tocando sanfona em lives de Bolsonaro durante a pandemia de covid-19. O ex-ministro é sanfoneiro, já gravou com nomes como Zé Ramalho e atua na banda Brucelose até hoje. Ele já deu aulas do instrumento para Bolsonaro.

“A música me deu tudo na vida. Já fiz mais de três mil apresentações pelo Brasil, mais de 30 anos de carreira”, afirmou Machado ao quadro Joga no Google, do Estadão.

Em dezembro de 2020, foi remanejado para o Ministério do Turismo. Na época, o então titular da pasta, Marcelo Álvaro Antônio, envolveu-se em um embate com Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria-Geral da Presidência da República. Álvaro Antônio acusou o ministro de pedir a Bolsonaro a entrega da pasta de Turismo para o Centrão. O ex-presidente exonerou Álvaro Antônio da pasta, substituindo-o por Gilson Machado.

Em 2022, Machado foi candidato a senador de Pernambuco. Com uma cadeira em disputa, o ex-ministro do governo Bolsonaro teve mais de 1,3 milhão de votos, 29,5% dos votos válidos, perdendo o pleito para Teresa Leitão, do PT, que obteve mais de 2 milhões de votos, 46,1% dos votos válidos.

Após o pleito, em novembro de 2022, retornou ao comando da Embratur, sendo substituído no cargo em janeiro de 2023 por Marcelo Freixo, nomeado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Campanhas de ‘Pix’ e candidato a prefeito de Recife 271h2b

Mesmo após o fim do governo Bolsonaro, o ex-ministro permaneceu próximo ao ex-chefe do Executivo, tendo atuado em campanhas de “vaquinhas” e na divulgação de atos em apoio a Bolsonaro. Em 2023, Machado foi um dos principais articuladores da campanha de doações via Pix para o ex-presidente. A ação difundida por aliados do ex-presidente arrecadou mais de R$ 17 milhões, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

No mês ado, Machado ou a divulgar uma nova campanha de doações a Bolsonaro, alegando que o ex-presidente já gastou mais da metade do valor arrecadado há dois anos e necessitava de recursos para pagar advogados, médicos e ajudar Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado (PL-SP) que ou a ser investigado no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em 2024, Machado candidatou-se à prefeitura do Recife. Durante a campanha, em uma sabatina, o ex-ministro disse que sua proximidade com o presidente dos EUA, Donald Trump, seria proveitosa para o Recife. Segundo o ex-ministro, o republicano prometeu ajudar a capital de Pernambuco com o que pudesse. O trecho com a declaração viralizou nas redes sociais.