Ivan Moraes inicia caravana para fortalecer pré-candidatura ao Governo de Pernambuco 346b5b

Ivan Moraes enxerga autonomia do PSOL como fator positivo. Foto: Paloma Keise/Secom PSOL-PE

O ex-vereador do Recife Ivan Moraes (PSOL) se antecipou aos concorrentes como o primeiro pré-candidato ao Governo de Pernambuco em 2026. Consenso dentro do partido, Ivan promete um programa propositivo e uma pré-campanha de aproximação. Já em agosto, ele começa a percorrer o estado em uma caravana para ouvir as demandas de quem mora em regiões mais afastadas.

O anúncio foi feito nesta segunda-feira (26), na Casa Marielle Franco, sede do PSOL em Pernambuco, no bairro do Derby, área central do Recife. Estiveram presentes, o presidente estadual da legenda, Samuel Herculano, as diretoras Perpétua da Saúde, de Petrolina, e Michelle Santos, de Caruaru, e dirigentes das cidades de Belo jardim, Paulista e Sirinhaém.

O ex-vereador ressaltou o anseio da população do estado por uma proposta de ‘bem viver’. Por isso, garantiu que vai oferecer um projeto “real, ousado e possível”. Representante de um partido que, historicamente, acompanha movimentos sociais e sindicais, o pré-candidato reiterou a defesa de pautas do campo progressista, como a distribuição de renda, reforma agrária, regulação das redes sociais, antiproibicionismo da política de drogas e estratégias para segurança pública além do armamento.

Nesse sentido, ele coloca sua participação nas eleições de 2026 como uma terceira via consciente à polarização entre Raquel Lyra e João Campos.

“O PSOL hoje tem a tarefa de pautar o processo eleitoral em Pernambuco. O que nenhuma outra candidatura vai fazer porque tem compromissos tradicionais com os quais não consegue se desvencilhar, mas a gente pode”, afirmou.

Opção à política tradicional 3s23n

Ivan espelhou semelhanças entre as posições do governadora e o prefeito. Ele definiu que os dois projetos políticos são conservadores, sem ousadia para soluções de impacto para Pernambuco.

Por um lado, João Campos foi chamado de candidato da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pela força do PSB e seus aliados na Casa. Por outro, Raquel foi apontada como candidata da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), devido à articulação da gestora junto aos prefeitos.

“Até anteontem, estavam no mesmo partido e estão separados por uma questão de disputa política […] São duas pré-candidaturas que se abraçam com as estruturas históricas e familiares a que têm e que disputam as mesmas bases políticas. Os dois estão disputando o [apoio] do União, os dois estão disputando o PP, os dois estavam disputando ontem o MDB. Então, não existe um alinhamento ideológico político, existe uma necessidade de poder”, cravou.

“A governadora está defendendo a Escola de Sargentos no meio da mata, sabendo que dá para fazer em outro canto. O que isso significa para o bem viver das pessoas em uma época em que, quando chove, tudo alaga. Vale à pena a gente acabar com os mananciais da Área de Proteção Ambiental Aldeia Beberibe? Até que ponto vale à pena você reduzir mais da metade dos impostos que são pagos pelas bets em Recife? Até que ponto nós estamos querendo atrair este negócio’ que, sabidamente, tem retirado bilhões de reais do povo brasileiro? Como eles podem falar do fortalecimento da saúde pública se ambos defendem as mesmas Parcerias Público-Privadas (PPPs)?”.

Mobilização orgânica 1i6x3q

Conhecido pela política de contato, Ivan Moraes foi reeleito com um mandato participativo. Seu gabinete como vereador esteve aberto a representantes da sociedade civil, assim como era comum vê-lo conversando sobre política e prestando contas do mandado em ônibus no Centro ou em espaços públicos do Recife.

Sem a estrutura dos adversários e sem padrinhos políticos, o pré-candidato deve reeditar o formato olho no olho. A ideia é começar a caravana com visitais mensais a cidades de todas regiões.

“A gente vai ter tempo agora para dizer para todo mundo e construir o que que a gente é à favor, o que a gente vai fazer de verdade […] O nosso desafio é conseguir falar com as pessoas. A gente tem menos tempo de TV, menos recursos. Eu não tenho aliados na política tradicional que podem me garantir votos, mas tenho certeza que se a gente conseguir chegar com nossa voz, nossa humildade e nosso desejo de mudar nos ouvidos e nos corações das pessoas, não tenho dúvida que elas vão votar na gente”, afirmou o ex-parlamentar.

Em sua estreia na disputa pelo governo do estado, Ivan vai precisar mostrar sua capacidade de mobilização e tem como grande desafio ocupar as ruas e as redes sociais de forma orgânica.

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