Mostra ‘A Olho Nu’, de Vik Muniz, chega ao Recife 5g3k23

Vik Muniz. Foto: Paulo Uchôa/LeiaJá

“Minha obra experimenta a discrepância entre o material e a imagem, alongando-se até o momento, tão mágico quanto efêmero, em que esses dois níveis se tocam. Quando não são nem material, nem imagem”. É com essa fala que Vik Muniz apresenta no Instituto Ricardo Brennand, na Várzea, Zona Oeste do Recife, a exposição A Olho Nu.

Sob a curadoria de Daniel Rangel, a mostra será inaugurada no espaço cultural nesta sexta-feira (13). Reunindo um acervo de mais de 200 obras do artista plástico, o IRB vai contemplar os visitantes com o projeto até 31 de agosto. Em entrevista ao LeiaJá, Daniel falou sobre o cuidado com a manifestação artística de Vik.

“Estar à frente dessa curadoria é um grande desafio. […] Pela primeira vez, estamos mostrando o começo da trajetória de Vik, que são os objetos e as esculturas junto com as fotografias. Vik fotógrafo também é Vik escultor, Vik escultor também era Vik fotógrafo. Isso é o Vik artista, que é o que a gente descobre aqui. Ele realmente está desnudado nessa exposição”, disse o curador.

Na última quinta-feira (12), durante uma visita guiada com os profissionais da imprensa, Vik Muniz abriu o coração ao detalhar suas criações. eando por entre suas obras, o paulistano brincou: “É uma bagunça grande, e o Daniel [Rangel] promoveu essa bagunça”. De acordo com o artista, a mostra é uma variedade de experimentações e relações.

À reportagem, Vik Muniz explicou que é sempre especial mostrar os resultados de seus trabalhos no Nordeste. “No caso do Nordeste, é um contexto familiar. Uma coisa interessante é que meus amigos pernambucanos e nordestinos têm o prazer da conversa. Essa troca, no Nordeste, é prazerosa. As pessoas conversam bem e são inteligentes. No caso de uma mostra completa como esta, minha perspectiva é que isso vai gerar muita conversa boa”, afirmou.

Grandes obras 6c2g40

As pessoas que decidirem visitar o Instituto Ricardo Brennand nesses dois meses terão a oportunidade de conhecer de perto o olhar apurado e inquieto de Vik, apresentado em uma linha do tempo impactante. O público vai conferir os clássicos Imagens de linha (1995 – 1999), Crianças de açúcar (1996), Imagens de chocolate (1997 – 1998), Charred torch (2010), Sarcófago Tupperware (2010), entre outras produções.

Para esta exposição, há uma criação representativa. A peça Estrada da Matriz da Várzea, a partir de Telles Junior (2024) integra o local na Série Dinheiro Vivo. A arte é uma impressão idealizada através de jato de tinta em papel de qualidade arquivística. “A obra de arte não funciona como coisa, ela funciona como uma ponte entre coisas”, pontua Vik Muniz.

O Instituto Ricardo Brennand fica localizado na Alameda Antônio Brennand, s/n, Várzea. O espaço funciona de terça a domingo, das 10h às 17h (última entrada às 16h30). Os ingressos para a exposição A Olho Nu, do artista Vik Muniz, estão à venda no site oficial e bilheteria do museu.