A moda sênior tem prazo de validade 3x6vo
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Você, que tem mais de 35 anos e ocupa posições a partir de “analista sênior” – isso envolve supervisão, coordenação, gerência, diretoria, superintendência; inclusive você que tem experiência em empreender, me conta: você nasceu sênior? Ou, um dia, você foi “Júnior” – isso envolve o estágio, o programa de trainee, o cargo de assistente (eu […]
junho 4, 2025 - 12:05 pm
Você, que tem mais de 35 anos e ocupa posições a partir de “analista sênior” – isso envolve supervisão, coordenação, gerência, diretoria, superintendência; inclusive você que tem experiência em empreender, me conta: você nasceu sênior?
Ou, um dia, você foi “Júnior” – isso envolve o estágio, o programa de trainee, o cargo de assistente (eu sou da época do office boy!!!), o júnior, o pleno, confere?
Se você puder responder, é pro meu TCC
Eu tenho visto uma série de postagens e conversas incentivando apenas a contratação de profissionais em nível sênior, confesso também minha preferência pessoal, mas isso nos leva a um beco sem saída muito, muito perigoso: se só contratamos pessoas experientes e elas não são eternas, como outras pessoas se tornam experientes a parti de agora?
O trabalho não cumpre uma função apenas mecânica de produção. Ele é um dos grandes ambientes formativos de identidade e, justamente por isso, de construção de experiência. No entanto, estamos diante de uma realidade na qual, por um lado, os jovens são classificados como nem-nem-nem-nem (nem estudam, nem trabalham, nem estão procurando emprego, nem possuem perspectiva de futuro concreta) e, por outro, as empresas estão desistindo de investir em times iniciantes: o que antes era uma estratégia de base de pirâmide para economizar e formar os futuros líderes da companhia, hoje se mostra um grande investimento de tempo, energia e dinheiro – para pouquíssimo retorno.
E você só entende o sucesso das IAs generativas se compreender a falência do mercado de trabalho em termos geracionais, pensa comigo: se o jovem impõe condições, não trabalha feito um condenado, tem déficit de atenção, baixa energia e, ao mesmo tempo, tem uma máquina que faz os serviços mais simples ao alcanço de um prompt, dependendo da qualidade do comando…. Não é difícil de entender, concorda?
O problema, aqui, é exatamente o mesmo quando falamos de diminuição das taxas de natalidade pelo mundo: reposição da mão-de-obra na lógica de produção em que estamos inseridos (e que foi criada por nós, não nos esqueçamos disso). Então, se nasce menos gente e se esse jovem não será contratado, o que acontece?
É esse tipo de debate que estamos tendo na Comunidade Aminders: enxergamos soluções, mas fazemos mais do que isso – nós inventamos um novo caminho. Avançamos!
Quer fazer parte?

Ana Tomazelli é jornalista, psicanalista, Diretora de RH e Doutoranda em Ciência da Religião pela PUC-SP. Fundadora do Ipefem (Instituto de Pesquisa & Estudos do Feminino) e co-Fundadora do Ipecre (Instituto de Pesquisa & Estudos em Ciência da Religião), atua como mentora de carreiras e negócios para quem quer mover o mundo adiante de verdade e sem clichê.
Toda quarta-feira uma provocação fresquinha aqui no LeiaJá 🙂